quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Morrer de pé

Morrer de pé no cimo do Monte do Cabeço.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O Cabeço do Escoural

Do cimo do monte do Cabeço vê-se o Caramulinho e o Bussaco da Alcoba, os fascinantes e misteriosos os locais altos que tão altos são.

quarta-feira, 25 de março de 2009

O Umleitung do Escoural e Arredores


O Umleitung do Escoural e Arredores.

Este amadorismo primário tem um propósito de showzinho pré eleitoral na distribuição do aparato, com o prolongamento das paragens estratégicas das obras, só faltando o cartaz “Pedimos desculpa pelas moléstias”.

Dizem, uns, que não há prioridades.

Eu afirmo que as prioridades existem efectivamente, assim com a estratégia, onde este showzinho não passa de mais um meio para o fim em questão. Eu penso, e entre amigos até afirmo, em os enviar par um tempo passado donde vem a matriz herdada para este showzinho.
Só que esse tempo foi um passado que terminou quando eu tinha 15 anos. São técnicas herdadas da ANP!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Chove no Escoural

Do cimo do monte do Cabeço

Do cimo do monte do Cabeço vê-se o Caramulinho e o Bussaco da Alcoba, os fascinantes e misteriosos locais altos que tão altos são. Se não fosse o vento frio e húmido, lá se assentaria morada, pois quanto mais altos, mais perto dos Astros, mais perto da perfeição plena. Sim que o é, e era lá que se moraria.

Se possível fosse lá morar, contentava-se no só achegar-se ao astro errante que esconde e mostra a face, que umas vezes está sobre o Caramulo e outras vezes a roçar o Bussaco da Alcoba, com uma exactidão de tempos que ainda não calculou, mas não seria difícil saber. É só uma questão tempo e trabalho. Mas ninguém lá mora em tais cabeços, por certo, pois se assim fosse tal já se saberia. Alguém já teria dado novas das admiráveis perfeições das voltas errantes dentro das perfeitas conchas celestiais, entre um Sol dominador que tudo afasta quando traz o dia. Bastaria uma simples escada para chegar e tocar a Lua. Mas se não fosse como é, seria o Caramulinho ou o Bussaco da Alcoba o local para ver o que os astros e o vento mostram. Ou talvez não dê assim tanto para ver tão bem, pois se assim fosse há muito lá estaria gente de saber, e não consta que lá esteja.

Do cimo do monte do Cabeço para quem souber ler os Astros e o vento, sabe-se tudo. Sabe-se do tempo, dos ares para as colheitas, do vento mareiro ao suão, do que puxa a chuva ao que seca a poças, no anel da lua cheia, se trovoada ou molhada, ao por do sol a arder. Do monte do Cabeço tudo se sabe, se souberem ver, tudo se vê ao redor do mundo, da vida e dos animais.

O vento esteve horas e horas a puxar a chuva e ela volta a cair lentamente, teimosamente húmida e fria, de céu forrado até aos quatro cantos, desabando ritmada do lado dela, empoçando água no alto do Cabeço. Uma friagem roe os ossos e torna a lenta chuva em muita água, tanta que não há grão de areia seco até ao quinto inferno. Chove há muito no monte do Cabeço e em redor dele. Chove no mundo todo quando o céu e a terra se fundem em água.

Do cimo do monte do cabeço vê-se um mar de água onde são as courelas baixias. Até os matos à sua volta estão completamente submersos. Um mar! Uma lenta corrente batida pelo vento e pela chuva em lençol, arrasta os grãos de areia que o vento mareiro lançou por cima do saibro calcado pelos Invernos e Estios, lençóis de água de cor férrea e de sol de têmpera em centenas e centenas de passos de lonjura. Uma praia praiera arrastada de areia sequilha.

As dunas a norte da praieira estão molhadas e húmidas. Já não podendo beber mais, remijam na sua base as fontes dos corgos sanguinhais. O céu desmorona-se em água que remolha as dunas a cederem em baleiras, e sobre o cimo do monte do Cabeço.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Vozes de burro não chegam ao céu

Apesar dos animais do Escoural e Barrins de Baixo já saberem escrever como se prova aqui, (clicar), o jornalista do Diário de Coimbra escreve o que o Sr. Presidente da Câmara de Cantanhede nunca lhe teria dito.
Pelo Sr. Presidente, eu ponho as mãos no lume.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Animais escrevem ao Presidente da Câmara

Senhor Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede:
Está prestes a ser concluída uma boa e útil obra que é a nova estrada que liga Cantanhede à Estrada Nacional nº. 109.
Esta nova estrada separa algumas habitações dos Barrins de Baixo e Escoural. Assim sendo e como esta estrada vai ter uma vedação a quase todos os animais domésticos e selvagens, o que é muito bom e como não há passadeiras nem passagens pedonais como é comum haver em todas aldeias, vilas e cidades que são atravessadas por estradas de muito trânsito, não estamos a ver como é que um transeunte passa para a outra margem depois de se deparar com uma vedação relativamente alta para as suas pernas. Tem duas opções: salta a vedação duas vezes ou caminha na direcção da rotunda mais próxima, o que não é muito aconselhável porque pensamos que as rotundas são feitas apenas para os automóveis e camiões. Por todas estas razões concluímos, e muito bem, que não somos pessoas, mas sim animais, animais que se julgam fazer parte do grupo dos mamíferos domésticos. Há ainda mais dois ou três grupos destas espécies que se movimentam de carro-de-mão, de bicicleta, de carroça de vaca, etc. mas a estes fica o Senhor presidente incumbido de dizer o grupo a que pertencem. Sorte tiveram os animais que habitam nas margens da Auto-Estrada A17, que lhe deixaram buracos/túneis para que possam, consoante a época do ano alimentarem-se, reproduzirem-se e conviverem. Era o que também queríamos, não ser menos que os outros. Os trilhos que muito usávamos para procurar alimentos, para conviver… foram-nos vedados, é certo que com a falta de alimento e a falta de convivência a espécie fica ameaçada como é comum em qualquer outra. Queremos informá-Lo dos três trilhos mais usados por estes animais e são eles os seguintes: Rua Dr. Manuel Gomes da Cruz (onde nasceu e viveu por muito tempo o primeiro médico da Freguesia da Tocha e por isso tem o seu nome), Rua do Moinho de Vento (moinho que foi propriedade deste Doutor por herança e que há mais de quarenta anos serviu para tapar todos os buracos destas duas ruas), Rua do Forno da Telha (onde existiu uma fábrica de telha de canudo que serviu para abrigar da chuva e do sol inúmeras famílias do Concelho de Cantanhede e outros e sempre desprezada pelos nossos Munícipes!) e a estrada nova em folha que liga Cochadas aos Barrins.
Sabe o que vamos fazer agora Senhor Presidente! Aconselhar todos os habitantes destas aldeias a deslocarem-se sempre de automóvel para que não pertençam a estes grupos de animais, mas também sabemos que vai ser impossível para muitos! Pelas nossas formas possíveis de comunicação tentámos que percebesse os nossos problemas mas o Senhor não percebeu, também não é obrigado a conhecer todas as vozes dos animais! Foi através dos humanos que conseguimos que o nosso palrar, grunhir, latir… fosse traduzido em Língua Portuguesa e talvez assim o Senhor Presidente perceba aquilo que queremos, que é ter apenas os mesmos direitos daqueles animais que habitam nas margens da A17.
Teríamos muito gosto que o Senhor Presidente fosse o primeiro a ler esta carta, o que será praticamente impossível porque vamos enviá-la através de mail ao maior número de pessoas possível e até porque sabemos que há mais animais com as mesmas preocupações e assim não se sentem tão sós. Obrigado por ter lido, desculpe a linguagem usada mas é exactamente aquilo que sentimos ser, tudo menos humanos! Até já há animais selvagens muito mais bem tratados que nós!
(recebido por email)
Nota: Em tempos que já lá vão, eu
reclamei sobre o traçado desta via.
Existe um processo no Governo Civil de Coimbra sobre o assunto, onde a única resposta do Presidente da Câmara da época, Sr. Jorge Catarino, é de uma falta de sensatêz que me espantou, para não dizer que às vezes até me envergonhou.
A responsabilidade deste estado de coisas é do actual presidente da Câmara de Cantanhede.
http://www.queixas.co.pt/popup.php?id_queixa=9226